Nossa Senhora do Rosário é uma das cinco freguesias do concelho da Lagoa.

Com 6.21km2 de área e 5.333 habitantes (2011), esta localidade apresenta uma densidade populacional de 858.77 habitantes por km2. A história desta freguesia está intimamente ligada, como é óbvio, à história da Lagoa. Dizem os historiadores que a Lagoa foi a primeira zona da ilha de São Miguel a ser colonizada. Foi na segunda metade do século XVI que o infante D.Henrique que avançou com o povoamento da ilha, ao lançar gado na costa sul. A título de curiosidade, refira-se que é dái que vem o topónimo Porto dos Carneiros, do qual falaremos mais adiante. A génese da diáspora continental para os Açores está documentada por Carreiro da Costa, na obra “Memorial da Lagoa”. Aqui, o historiador, ao falar da primeira fase da povoação da Lagoa, diz que “há uma carta por demais conhecida das estudiosos e que é um valioso documento acerca do início do povoamento das nossas ilhas. Trata-se de uma carta passada na menoridade daquele monarca (D. Afonso V) datada de 2 de Julho de 1439, pela qual o infante D. Henrique é autorizado a mandar para as primeiras sete ilhas dos Açores, ao tempo descobertas, as primeiras famílias, uma vez que já anos antes haviam espalhado por elas algumas cabeças de gado. Ora, foi precisamente no ponto do litoral micaelense onde hoje está a vila da Lagoa que os primeiros povoadores vieram encontrar, em prodigiosa multiplicação, os carneiros, que tempos antes haviam lançados. Daí a denominação de Porto de Carneiros”. Logo após as primeiras incursões de colonos, a Lagoa foi elevada a vila, a 11 de Abril de 1522. Por essa altura, apenas a Paróquia de Santa Cruz existia na vila. Mas foi rápido o crescimento da Lagoa: apenas no meio século após a elevação, o crescimento territorial e populacional era de tal ordem que se tornou urgente a criação de uma nova paróquia.

Alguns anos mais tarde, a 5 de Abril de 1593, nasce por fim a freguesia da Nossa Senhora do Rosário. A história de Nossa Senhora do Rosário tem também ramificações na de Santa Cruz. Houve desde sempre uma ligeira ‘rivalidade’ entre as duas freguesias, já que a supremacia inicial pertencia a esta última. No entanto, com o decorrer dos séculos, a importância sócio-política e estratégica da freguesia de Nossa Senhora do Rosário tornou-se iniludível. De tal forma que, no século XIX, foi esta a localidade escolhida pelas autoridades coevas para a construção de um novo edíficio dos Paços do Concelho. A opção de aqui situar o coração político da Lagoa não foi en vão: o Rosário era o ponto mais central da vila. Ainda sobre os primeiros tempos da colonização, sabemos que existiam, no século XV, quatro templos na Lagoa. Um desses templos era dedicado a Nossa Senhora do Rosário e, já no final desse século, seria aumentado por exigência da população. Entre 1583 e 1586, este templo serviu mesmo de igreja matriz da vila da Lagoa, devido às obras que eram então levadas a cabo na Igreja de Santa Cruz. Actualmente, a freguesia do Rosário é uma localidade eminentemene industrializada, sendo que as principais indústrias são as do óleo, sabão, rações, álcool, confecções, cerâmica, tinta, lacticínios, entre outras. Apesar da proliferação de indústrias, esta freguesia é ainda um importante ponto de atracção turística, com a orla marítima, as piscinas naturais, ou o Centro de Vulcanologia e feira gastronómica a chamarem todos os anos um número elevado de visitantes à região.

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