A freguesia de Nossa Senhora do Rosário tem várias festas e romarias ao longo do ano, de entre elas destacam-se:

 

Festa de Nossa Senhora do Rosário
Esta festa em honra da padroeira da freguesia que herdou o seu nome, é celebrada na segunda semana de Outubro.
O Rosário nasceu do amor dos Cristãos por Maria na época medieval, talvez no tempo das cruzadas da Terra Santa. O objecto da recitação desta oração, o terço, é de origem muito antiga. Os anacoretas orientais (homens que viviam retirados nos desertos ou montes por desejo de perfeição) usavam pedrinhas para contar o número das orações vocais. Nos conventos medievais os irmãos leigos, dispensados da recitação do Saltério (livro litúrgico que contém os salmos), pela pouca familiaridade com o latim, completavam as suas práticas de piedade com a recitação dos pai-nossos, e para a contagem, São Beda, o Venerável, havia sugerido a adopção de vários grãos enfiados num barbante.
Depois, narra uma lenda que a própria Nossa Senhora, aparecendo a São Domingos, indicou-lhe a recitação do Rosário como arma eficaz contra os hereges albigenses (membros de uma seita religiosa, que se espalhou pelo Sul de França, mormente na cidade de Albi, e contra a qual se organizou uma cruzada dirigida por Simão de Monfort, no tempo do Papa Inocêncio III (1198- 1216)).

A festividade actual foi instituída por São Pio V para comemorar a vitória de 1571 em Lepanto contra a frota turca (inicialmente dizia-se: Santa Maria da Vitória). A festividade foi estendida, em 1716, a toda a Igreja Católica e fixada definitivamente por São Pio X em 1913. A festa do Santíssimo Rosário, como era chamada antes da reforma do calendário em 1960, resume, em certo sentido, todas as festas de Nossa Senhora.

 

Festa do Coração de Jesus
A festa do Coração de Jesus ocorre no 1.º Domingo de Julho. A devoção ao Coração de Jesus sofreu modificações; foi-se actualizando através dos séculos, fruto de uma renovação bíblica e litúrgica. Actualmente, fala-se de uma espiritualidade do Coração de Jesus, da qual vivem muitas famílias religiosas e movimentos leigos. A espiritualidade cristã na Igreja.
Particularmente hoje, revela-se sinal e fonte de Graça. Ela tem o seu fundamento no mistério, na Pessoa e no lado aberto de Cristo, que é contemplado sobretudo no alto da Cruz.
No curso da história, o culto ao Sagrado Coração de Jesus conheceu formulações de devoção muito diversas. As etapas principais deste caminho passaram pela mística medieval, pela devoção da Paixão e pela renovação conciliar.
Os Padres da Igreja interpretaram a imagem do coração trespassado de Cristo como o nascimento da Igreja: “Do Coração trespassado de Cristo, brotou sangue e água”. A água simboliza o Baptismo e o sangue recorda a Eucaristia. A devoção dos místicos fez com que muitos ficassem em contemplação diante da chaga aberta do Coração de Cristo. Uma contemplação condoída, mas rica de intimidade, de comunhão no amor, indo assim, da ferida aberta até o Coração de Cristo e deste ao Coração de Deus, fonte de toda caridade.

A partir dos anos 50, iniciou-se uma forte renovação bíblica e litúrgica na Igreja, que teve a sua expressão máxima no Concilio Vaticano II. Era necessário distinguir a busca científica do coração humano, da busca teológica sobre o Coração de Cristo e dar- lhe um significado actual, que fizesse com que o seu simbolismo correspondesse à espiritualidade do mundo de hoje: um retorno à centralidade da pessoa, ao primado absoluto do amor e a um conjunto de valores que alimentam e animam a fé.
A autentica espiritualidade ao Sagrado Coração de Jesus, hoje, pode ser vista como: a coragem do testemunho, a humildade do serviço, a alegria da gratuidade e o compromisso para a missão. “o Deus da esperança vos encha de toda a alegria e de toda a paz na vossa fé, para que, pela virtude do Espírito Santo, transbordeis de esperança!” (Rom 15,13).

 

Festa de Nossa Senhora das Necessidades
Nossa Senhora das Necessidades é venerada nesta localidade onde existe uma Igreja, edificada no século XIX.
Nos momentos de grande aflição, é à Nossa Senhora das Necessidades que o povo recorre. Também Nossa Senhora foi e continua a ser, de grande auxílio para os rosarenses ausentes, sobretudo esta terra tinha muitas pessoas no Brasil.
A festa em honra de Nossa Senhora das Necessidades tem lugar, no primeiro Domingo de Setembro, sendo bastante participada. No dia da festa, celebra-se a missa campal seguindo-se a procissão com a imagem de Nossa Senhora, consistindo um momento de grande devoção e fé por parte dos seus devotos.
O fluxo de peregrinos que vêm visitar a sua igreja e rezar à venerada imagem, cresceu bastante ao longo dos tempos. Estes são os versos utilizados para louvar Nossa Senhora das Necessidades:

 

Senhora das Necessidades
À vossa porta me empino:
Deitai-me a vossa bênção
Mais a do vosso Menino.

Senhora das Necessidades
Quem vos varreu a capela?
Foi a vossa ermitoa
Com um raminho de marcela.

Senhora das Necessidades
Estais no altar de pé:
Sois a mãe de Jesus Cristo,
Esposa de S. José.
Festa do Divino Espírito Santo
De origem medieval (séc. XIII), são uma das manifestações mais tradicionais da devoção. Realizam-se de Abril a Junho, aos Domingos.
Apresentando características diferenciadas de ilha para ilha e de povoação para povoação, todos têm como fundo comum a coroação do “Imperador”, o dia de festa em que são distribuídos pelos necessitados e pelos “irmãos do Império”, oferendas de pão, carne e vinho (as pensões) e os foliões, que, com os instrumentos musicais e cantares, evocam costumes ancestrais.

Além disso, Nossa Senhora do Rosário dispõe de duas feiras de grande importância na ilha de São Miguel: a feira Lagoa/Sol (que se realiza de dois em dois anos) e a feira Gastronómica onde se pode saborear os pratos típicos da região.

Sendo uma freguesia tipicamente portuguesa, não podia deixar de ter os seus trajes característicos. O do lavrador abastado e respectivo traje feminino, o do camponês e o traje feminino, o do pescador e a mulher de capote (capa que desce, normalmente, quase até aos pés, com cabeção e capuz) e capelo (uma espécie de capuz), são as vestes mais típicas de Nossa Senhora do Rosário.